Existe a possibilidade de uma pessoa ter uma relação “saudável” com drogas ilícitas.
Coloquei “saudável” entre aspas porque me refiro não apenas à saúde física, já que é incontestável que, nesse ponto, drogas não fazem bem para o corpo.
Vejo muita gente por aqui dizendo que quem fuma maconha, por exemplo, vira um inapto pra conviver em sociedade. Na minha opinião, esse é um pensamento com viés elitista, prepotente, e desconsidera outros fatores bem relevantes que causam danos ao cérebro, como o uso excessivo de celular, que cada vez vem piorando mais a nossa saúde mental, nos deixando mais desatentos e com a capacidade de raciocinar prejudicada, sendo esse um assunto negligenciado com frequência.
A possibilidade de ter uma relação saudável com as drogas vem das próprias vontades, ambições e principalmente do modo como cada um enxerga a vida: nem todo mundo quer viver até ficar velho, nem todo mundo quer viver nos trilhos e, principalmente, há quem esteja disposto a arcar com as consequências.
Cada um tem sua forma de lidar com a vida e com os riscos que assume, sendo, portanto, possível o uso de substâncias ilícitas sem que haja prejuízo na esfera profissional e social de uma pessoa.
Não é à toa que de vez em quando vemos alguém com a vida considerada estável que gosta de usar um negocinho eventualmente sem que o uso a afete de uma forma destrutiva.
Não estou desconsiderando que o uso de drogas é um problema majoritariamente relacionado à saúde pública, e os exemplos que usei são apenas exceções. Porém, acredito que essa possibilidade exista e não acho que quem use drogas com fins recreativos deva ser taxado automaticamente de vagabundo com cérebro derretido, como muitos aqui julgam.
Digo o mesmo para as outras drogas, mas utilizei a maconha como o maior exemplo porque é a substância ilícita mais utilizada aqui no Brasil.
E como o julgamento dos OP’s faz parte do debate aqui, devo mencionar que ao longo da vida tive diversas oportunidades de fazer uso desenfreado de drogas e nunca tinha me permitido experimentar, pelo menos até 2020.
Contudo, durante a pandemia, com 25 anos, comecei a fumar e tive uma péssima relação com a maconha, que acabou se estabilizando. Hoje eu gosto de fumar de vez em quando, principalmente quando vou ver filme, ouvir música ou jogar videogame, e realmente não acho que os problemas na minha vida têm relação com o uso ocasional.
Apesar de ter experimentado outras drogas populares, não gostei de nenhuma outra.