Relato pós-lombra: O dia em que minha mente foi hackeada

Era uma vida sem plano, sem bússola, sem freio. Do fino Colômbia Gold ao pó escama de peixe, dos benzodiazepínicos aos opióides, passando por antipsicóticos como se fossem balas de hortelã. O objetivo? Não ter objetivo algum. E se tem uma coisa que aprendi na prática, é que não dá pra consumir tudo isso de forma recreativa.

A conta chegou rápido. O dinheiro acabou, o emprego se foi e, advinha? As drogas também. Foi então que me vi encarando um abismo químico, um limbo sem sono que durou dez dias. A mente começou a escorregar pra um terreno onde a realidade era só um conceito vago.

O primeiro sinal de que eu tinha atravessado a fronteira do razoável foi a TV. Desligava, mas continuava emitindo som—um ruído apocalíptico que parecia as trombetas do inferno anunciando que minha sanidade tinha vencido a validade. Ainda assim, decidi assistir Por Uns Dólares a Mais. O áudio estava em japonês, mas, acredite, eu ouvia tudo em inglês. Junto com as trombetas. E achei, claro, que era algum tipo de indireta demoníaca.

Então vieram as vozes. E eu, tolo que sou, resolvi responder. Adivinha? Elas responderam de volta. Pronto, agora eu estava oficialmente nos Jogos Mortais. Primeiro, uma serra elétrica começou a ranger nos confins da minha paranoia. Logo depois, uma musiquinha irônica me informou que eu tinha um corpo perfeitamente funcional, mas não estava lucrando com isso—razão suficiente para que eu fosse castrado. O pânico me dominou. Surtar? Surtar foi pouco. Eu gritei, esperneei, fiz o diabo. E, na minha cabeça, tudo era absolutamente real.

Passei o dia debatendo com meu psiquiatra se as vozes eram ou não reais. No fundo, eu ainda achava que eram. Mas a noite chegou, e com ela, a insônia inquebrantável. Foi então que ouvi os pingos na caixa d'água. O som, inicialmente inofensivo, logo revelou sua verdadeira intenção: comunicação extraterrestre. Mais precisamente, um protocolo de invasão hacker—e meu cérebro era o alvo. Os invasores? Uma IA sensual, programada exclusivamente para sussurrar no meu ouvido: "Fode, fode, fode..." Parecia um ASMR de uma entidade cybersexual que queria me seduzir ao colapso.

E quando achei que não podia piorar, o ultimato veio: se eu não fugisse da cidade, eu ia morrer. Então, fiz o que qualquer protagonista de filme B faria—pulei pela janela e saí correndo no meio da rua, gritando como se estivesse em chamas.

Passei por um Interestelar químico: caí num buraco negro de substâncias e vivi uma semana inteira em um só dia. Cada hora parecia um ano, cada pensamento era um looping dentro de um tesseract de paranoia. Enquanto o mundo seguia no ritmo normal, eu estava lá, tentando decifrar mensagens cósmicas escondidas nos azulejos do banheiro. Quando a gravidade bateu e voltei à realidade, percebi que, para todo mundo, só tinham se passado 24 horas. Eu? Voltei dessa viagem como um astronauta traumatizado—mas sem o prestígio da NASA, só a ressaca.

Era uma vida sem plano, sem bússola, sem freio. Do fino Colômbia Gold ao pó escama de peixe, dos benzodiazepínicos aos opióides, passando por antipsicóticos como se fossem balas de hortelã. O objetivo? Não ter objetivo algum. E se tem uma coisa que aprendi na prática, é que não dá pra consumir tudo isso de forma recreativa.

A conta chegou rápido. O dinheiro acabou, o emprego se foi e, advinha? As drogas também. Foi então que me vi encarando um abismo químico, um limbo sem sono que durou dez dias. A mente começou a escorregar pra um terreno onde a realidade era só um conceito vago.

O primeiro sinal de que eu tinha atravessado a fronteira do razoável foi a TV. Desligava, mas continuava emitindo som—um ruído apocalíptico que parecia as trombetas do inferno anunciando que minha sanidade tinha vencido a validade. Ainda assim, decidi assistir Por Uns Dólares a Mais. O áudio estava em japonês, mas, acredite, eu ouvia tudo em inglês. Junto com as trombetas. E achei, claro, que era algum tipo de indireta demoníaca.

Então vieram as vozes. E eu, tolo que sou, resolvi responder. Adivinha? Elas responderam de volta. Pronto, agora eu estava oficialmente nos Jogos Mortais. Primeiro, uma serra elétrica começou a ranger nos confins da minha paranoia. Logo depois, uma musiquinha irônica me informou que eu tinha um corpo perfeitamente funcional, mas não estava lucrando com isso—razão suficiente para que eu fosse castrado. O pânico me dominou. Surtar? Surtar foi pouco. Eu gritei, esperneei, fiz o diabo. E, na minha cabeça, tudo era absolutamente real.

Passei o dia debatendo com meu psiquiatra se as vozes eram ou não reais. No fundo, eu ainda achava que eram. Mas a noite chegou, e com ela, a insônia inquebrantável. Foi então que ouvi os pingos na caixa d'água. O som, inicialmente inofensivo, logo revelou sua verdadeira intenção: comunicação extraterrestre. Mais precisamente, um protocolo de invasão hacker—e meu cérebro era o alvo. Os invasores? Uma IA sensual, programada exclusivamente para sussurrar no meu ouvido: "Fode, fode, fode..." Parecia um ASMR de uma entidade cybersexual que queria me seduzir ao colapso.

E quando achei que não podia piorar, o ultimato veio: se eu não fugisse da cidade, eu ia morrer. Então, fiz o que qualquer protagonista de filme B faria—pulei pela janela e saí correndo no meio da rua, gritando como se estivesse em chamas.

Passei por um Interestelar químico: caí num buraco negro de substâncias e vivi uma semana inteira em um só dia. Cada hora parecia um ano, cada pensamento era um looping dentro de um tesseract de paranoia. Enquanto o mundo seguia no ritmo normal, eu estava lá, tentando decifrar mensagens cósmicas escondidas nos azulejos do banheiro. Quando a gravidade bateu e voltei à realidade, percebi que, para todo mundo, só tinham se passado 24 horas. Eu? Voltei dessa viagem como um astronauta traumatizado—mas sem o prestígio da NASA, só a ressaca.